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sexta-feira, 24 de junho de 2011

Cerimonial Casamenteiro



Todos os anos no dia 13 de junho, Santo Antônio, mesmo em tempos de busca eletrônica por namorados e relacionamentos virtuais, continua firme e forte na tradição de desfazer "solteirices indesejadas". Conhecido popularmente como o "santo casamenteiro", Santo Antônio é muito evocado no mês de junho, por aqueles que não querem passar o dia dos namorados sozinhos e as simpatias evocando o seu nome são as mais famosas desse mês.
Por que santo casamenteiro?

Santo Antônio de Pádua, também conhecido como Santo Antônio de Lisboa, nasceu na capital portuguesa, em 1195, e se chamava, na verdade, Fernando de Bulhões. Quando, aos 25 anos, ficou sabendo que cinco franciscanos haviam sido martirizados no Marrocos por terem tentado evangelizar infiéis, largou o dinheiro e a influência de sua família para se tornar um missionário. Morreu cedo, aos 36 anos, e foi canonizado pelo papa Gregório IX, em 1232. Acabou se tornando um dos santos mais populares do mundo, principalmente nos países latinos, onde ele ganhou a tal fama de casamenteiro.

Seria difícil averiguar o motivo porque o povo brasileiro, assim como o português, inclui nas virtudes do santo a de milagroso casamenteiro. Muitas lendas tentam explicar essa fama. Contaremos aqui a mais famosa delas.

Conta-se que uma jovem muito linda, mas cansada de esperar por um noivo que não chegava, se apegou a Santo Antônio. Foi ao santeiro da cidade, adquiriu uma imagem, mandou benzer, colocou-a no oratório e ali lhe levava todos os dias as flores que colhia no jardim e o vintenzinho de promessa.

Mas, passaram-se semanas, meses, anos... e nada.

O noivo não aparecia, nem se falava na redondeza que algum rapaz ou mesmo, à falta de outro, algum velhote ricaço se tivesse por ela inclinado. Certa vez, depois de consultar o espelho e ter descoberto prenúncios de pés de galinha, se pôs a lamentar da ingratidão do santo, chegando mesmo a ser repreendida pela mãe. E, desapontada pelo poder miraculoso do santo, toma a imagem e, no auge do desespero, atira-a pela janela afora.


Passava na rua, naquele momento, um jovem cavaleiro que a recebe, em cheio, sobre a cabeça. Apanha-a, intacta e sobe à escada do sobrado, de cuja janela partira a imagem. Vem recebê-lo, por notável coincidência, a formosa e geniosa donzela. Apaixona-se por ela o cavaleiro e, tempos após, acabam casando, naturalmente por milagre do santo. Já pensou eu fazer seu pedido?

SANTO CASAMENTERO

Despois que eu fiz um pidido
Pro santo casamentero
Santo Antônio num gostô
- Meu amô num é sortero –

Sei que é pecado mortá
Gostá de home casado
Santo Antônio só ajuda
Com paper legalizado

Casá de véu e grinarda
Na Igreja da Cunceição
Tem que sê home sortero
Pra tê sua aprovação.

Num dianta ponhá o santo
Virado de pé pro alto
Pode isquecê desse amô
Ele disvira num salto.

Também num dianta fazê,
Aquelas reza e pidido
Tem que sê home sortero,
E muié de um só marido.

Simpatia tem de monte,
Mai num vai adianta não...
Tem que sê home sortero
Pra tê sua aprovação!

Ocê vai querê do santo
Que ele venha a concordá?
Roba o marido da otra?
Nenhum santo vai dexá.

Milagre anssim, desse jeito,
Nenhum santo vai fazê.
Escóie um home sortero
Vai sê mió pra vancê.

Num existe coisa pió
Que vancê se apaixoná...
Gostá de home casado?
Vai sofre e vai chorá.

Despois que ele cunsigui
Tudo aquilo que quizé.
Vai chutá a tua bunda,
Despois vorta pra muié!

Autora: Mírian Warttusch

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